segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Medo de chuva

A maioria das pessoas que conheço tem medo de tempestade.  É evidente que não estou falando de pessoas que moram em situação de risco. Tais pessoas estão cobertas de razão e motivos para se sentirem apreensivas! Falo é das que na segurança de suas casas e bem protegidas sob um firme teto ficam extremamente apreensivas e preocupadas quando o vento e a chuva são muito fortes.

Eu gosto muito de ver chuva. Gosto especialmente de chuva com relâmpagos. Lógico, considerando que se esteja em local seguro! Eu não sei. Pode ser estranho. Mas me impressiona muito ver o céu desabar, como dizem.

Num dia desses, assistindo a chuva pela janela do décimo primeiro andar, eu via a copa das árvores por um ângulo que favorecia observar bem o movimento dos galhos chicoteando o ar, das folhas sendo arrancadas e gravetos caindo.

Então, notei que havia um ninho! Um ninho com um pássaro sobre ele. É possível que houvesse também filhotes ou ovos.

Minha primeira impressão era a de que o ninho em pouco tempo se desfaria e tudo voaria pelos ares! Era uma tempestade fortíssima!

O que percebi, no entanto, foi que aquele ninho estava em excelente situação! Do pássaro não se podia distinguir sequer a cabeça, tão metido em si mesmo estava. Suas penas afofadas e como que aumentadas em volume cobriam todo o ninho deixando-o totalmente impermeável. Notei que não somente o pássaro estava muito confortável como extremamente tranquilo.

Nada dele olhar em volta, abanar asas, mudar de galho. Ficou do jeitinho que estava: muito bem acomodado e pacífico.

Estranhei muito porque a agitação dos galhos da árvore era comparável a um terremoto!
Mas não atingia o ninho!

O segredo estava no local em que o ninho fora construído: Bem na junção do tronco com um grosso galho.

Atentando para esse cenário fiquei ainda mais surpreso! Acontece que a turbulência que se via nos galhos e folhas das extremidades da copa chegava àquele entroncamento que sustentava o ninho como um gentil e suave balanço!

Sim! O que aparentemente seria fonte de desespero para o pássaro era justamente o que lhe aumentava o conforto!

O segredo do sucesso daquele passarinho estava no simples fato de repousar sobre o local certo. Não havia acaso, coincidência ou sorte. Havia precisão!

O passarinho não inventou uma saída. Seria impossível! Ele simplesmente seguiu a natureza de sua criação e o instinto que lhe foi dado pelo Criador. Poderia aquela avezinha ser mais bem dotada de recursos e, sobretudo, confiança que nós, a coroa da criação?

O problema não está em que haja tempestade. O problema é em que lugar construímos nossos ninhos e sobre o que depositamos nossa confiança e segurança.

“Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” Jesus, o Cristo - Mateus 6:26b

Geovani.

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